terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

MISS SIMPATIA


Quando a Gabriela tinha poucos meses, meu irmão falou para uma amiga da minha mãe: "Olha, você precisa conhecer a Gabi. Ela nem é assim tããão bonita, mas é a criança mais simpática que já vi".

A princípio não gostei de ouvir "Ela nem é assim tããão bonita"  - mãe é tudo igual  - mas, pensando bem,  a simpatia dela é muito maior que a beleza.

Desde recém nascida ela se atira nos braços de todo mundo com um sorriso. Quando, aos dois anos e meio, a levei para meia dúzia de escolinhas a fim de escolher a mais adequada , em todas ela parou, se sentou no meio das crianças e disse: "Oi. Meu nome é Gabriela" e começou a falar.  E, em todas as vezes que a chamei para ir embora, ela respondeu: "Não, mamãe. Vamos ficar. Gostei daqui".

Fico encantada com  sua capacidade de fazer amizade com qual-quer pessoa que cruze seu caminho: o guardador de carros, o funcionário do banco, a criança de rua. Quando a levo para alguma oficina de férias para crianças, ela diz: "Mamãe, vou fazer amizade", como quem diz: "Observe os bons". E logo engata uma conversa com alguém. E se não é ela quem puxa assunto com as pessoas, são as pessoas que puxam assunto com ela, ou a cumprimentam com a maior naturalidade, a ponto dela me perguntar um dia desses: 
- Mamãe, esse moço está bravo?
- Não sei, por que?
-  É que ele não falou "oi" pra mim.

Ou, outro dia, num restaurante: o garçom perguntou sobre o pedido para os adultos e quando saiu para providenciá-lo, Gabriela virou pra mim, indignada:

- Mamãe, você viu? Ele nem olhou pra mim!

Mas é claro que depois ela fez dele seu melhor amigo. Como sempre, aliás.

Quando é assim,  eu penso, de verdade, duas coisas: "Ser mãe é o verdadeiro paraíso" e  "Quero ser assim quando crescer".

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