domingo, 21 de fevereiro de 2010

fim do horario de verão

EBA !!!!!

UMA HORA A MAIS !!!

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

FOI APENAS UM SONHO


Nunca vou esquecer a frase da Kate Winsley para o Leonardo Di Caprio em "Foi apenas um sonho".
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Eles são casados há anos e têm dois filhos. Vivem brigando. Um dia ele confessa que a traiu. Ela diz "Você me contou isso para me fazer ciúmes, mas eu não sinto nada. Eu não amo vc".
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Diante da resistência dele ("Não ! Você me ama!") ela diz: " Eu não amo você, eu odeio vc ! Você é só um cara que me fez rir numa festa !" ...
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E eu me pergunto: quando foi que ele deixou de ser o meu herói e passou a ser apenas aquele cara que não paga as contas ?
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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Da série "eu gostaria de ter escrito..."

FITA VERDE NO CABELO (Guimarães Rosa)

Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam. Todos com juízo, suficientemente, menos uma meninazinha, a que por enquanto. Aquela, um dia, saiu de lá, com uma fita inventada no cabelo. Sua mãe mandara-a, com um cesto e um pote, à avó, que a amava, a uma outra e quase igualzinha aldeia. Fita - Verde partiu, sobre logo, ela a linda, tudo era uma vez. O pote continha um doce em calda, e o cesto estava vazio, que para buscar fambroesas. Daí, que, indo no atravessar o bosque, viu só os lenhadores, que por lá lenhavam; mas o lobo nenhum, desconhecido, nem peludo. Pois os lenhadores tinham exterminado o lobo. Então ela, mesma, era quem dizia: "Vou à vovó, com cesto e pote, e a fita verde no cabelo, o tanto que a mamãe me mandou". A aldeia e a casa esperando-a acolá, depois daquele moinho, que a gente pensa que vê, e das horas, que a gente não vê que não são. E ela mesma resolveu escolher tomar este caminho de cá, louco e longo e não o outro, encurtoso. Saiu, atrás de suas asas ligeiras, sua sombra também vindo-lhe correndo, em pós. Divertia-se com ver as avelãs do chão não voarem, com inalcançar essas borboletas nunca em buquê nem em botão, e com ignorar se cada uma em seu lugar as plebeinhas flores, princesinhas e incomuns, quando a gente tanto passa por elas passa. Vinha sobejadamente. Demorou, para dar com a avó em casa, que assim lhe respondeu, quando ela, toque, toque, bateu: - "Quem é?" - "Sou eu..." - e Fita Verde descansou a voz. - "Sou sua linda netinha, com cesto e com pote, com a Fita Verde no cabelo, que a mamãe me mandou." Vai, a avó difícil, disse: - "Puxa o ferrolho de pau da porta, entra e abre. Deus a abençoe." Fita Verde assim fez, e entrou e olhou. A avó estava na cama, rebuçada e só. Devia, para falar apagado e fraco e rouco, assim, de ter apanhado um ruim defluxo. Dizendo: - "Depõe o pote e o cesto na arca, e vem para perto de mim, enquanto é tempo." Mas agora Fita Vede se espantava, além de entristecer-se de ver que perdera em caminho sua grande fita verde no cabelo atada; e estava suada, com enorme fome de almoço. Ela perguntou: - "Vovozinha, que braços tão magros, os seus, e que mãos tão trementes!" - "É porque não vou poder nunca mais te abraçar, minha neta...." - a avó murmurou. - "Vovozinha, mas que lábios, aí, tão arroxeados". - "É porque não vou nunca mais poder te beijar, minha neta..." - a avó suspirou. - "Vovozinha, e que olhos tão fundos e parados, nesse rosto encovado, pálido?" - "É porque já não estou te vendo, nunca mais, minha netinha...." - a avó ainda gemeu. Fita Verde mais se assustou, como se fosse ter juízo pela primeira vez. Gritou: - "Vovozinha, eu tenho medo do Lobo!..." Mas a avó não estava mais lá, sendo que demasiado ausente, a não ser pelo frio, triste e tão repentino corpo.