sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

SEM PRINCIPE

Pela primeira vez na vida não tenho pressa em me apaixonar. Foi estranho ouvir, no meu aniversário "Que você encontre seu príncipe encantado" ou "Desejo que você encontre o seu grande amor esse ano".
Numa festa popular onde se dança para o Santo em troca de pedidos , com certo espanto, virei para a minha amiga e falei: "Já fiz dois pedidos, e agora ? Eu não vou pedir um amor. Não estou preparada" E ela: "Por que você não pede então para se preparar para o amor ?" Sábia Marcela. Me salvou.
É claro que seria bom encontrar alguém para compartilhar a vida, mas posso dizer que hoje essa não é minha prioridade. Talvez porque eu já tenha casado - e separado. Talvez porque já tenha conhecido alguns príncipes e muitos, muitos, sapos. Talvez porque o último sapo fosse por demais asqueroso debaixo da sua fantasia impecável de príncipe.
Que essa experiência sirva ao menos para acabar de vez com minha postura de Cinderela. Isso é bem coisa de mulherzinha, esse negócio de colocar um homem a frente de tudo.
Quando fiz aquele "teste de feminilidade" do livro "Por que os homens mentem e as mulheres choram ?" o resultado foi quase 100%. Já ouvi de mais de um namorado "Você é a mulher mais feminina que já conheci". É, talvez eu seja mesmo beeeeeeeeemm mulherzinha, mas isso não significa que eu deva ser frágil, carente ou cheia de ilusões românticas.
Acho que até a minha filha de quatro anos já sacou que a Cinderela podia dar um basta naquela situação imposta pela madrasta sem esperar pelo príncipe. Naquela época não existia advogado ?
Acredito que da mesma forma que nós, mulheres, sonhamos com um homem másculo que não seja um brutamontes insensível, eles também esperam que sejamos femininas sem que nos percamos no romantismo. Walt Disney World é mesmo maravilhoso, mas que sirva como inspiração, não como escapismo ou meta de vida.
Então hoje o que tento fazer, em termos de afetos (porque vamos combinar que há a parte profissional, espiritual e todos os outros aspectos que nos preenchem de que não tratei aqui) , é encontrar (e às vezes recuperar ) meus amigos queridos. Posso dizer que alguns são mesmo grandes amores.
Eu, que sempre troquei o encontro com os amigos por uma transa, hoje (tenho orgulho em dizer) faço exatamente o contrário.

2 comentários:

  1. Nossa Carla,hoje eu tb penso assim:troco fácil uma transa por um divertido encontro com os amigos.Mas ainda não sei se isso é bom ou ruim!É aquele velho dilema:se preferimos a transa, perdemos mais uma oportunidade de fortalecer-mos os tão importantes e delicados laços da amizade,mas correndo o delicioso risco de termos mais um orgasmo fantástico com alguém "incrível".Se optamos pelos amigos,podemos perder aquele orgasmo perfeito ou mais ainda:aquela pessoa que poderia ser nossa cara-metade.Mas hoje eu vejo o quanto faz falta um bom amigo,e como é difícil encontrá-los!!
    Pq convenha-mos:uma transa se encontra em qualquer esquina,já um bom amigo...Digo isso pq comparo uma boa transa a uma droga:na hora é aquela euforia,aquele prazer indescritível...mas depois dá aquele vazio...na maioria das vezes o cara some e vc se vê obrigada a estacionar a nave outra vez na realidade.E daí??Com quem vc vai desabafar,no ombro de quem vc vai chorar??Prazeres fugases são nuvens passageiras,pessoas são plantinhas que precisam ser amadas e cuidadas,amizades verdadeiras são diamantes raros.Resta a nós decidir oq é mais importante...

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  2. Nossa, amiga ! Vc tem que fazer um blog tb, rss. Amei seus comentários !!!

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