quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA

Pela primeira vez na vida ela não tem pressa em se apaixonar. Ou talvez nem queira. Foi assim que percebeu: Depois de ter se recuperado de uma relação com um psicopata que faria inveja a qualquer vilão de novela das oito, passou a sentir atração física por um conhecido.

Sempre o achou bonito, mas de uns tempos pra cá ele virou, como ela gosta de dizer, seu mais recente sonho de consumo. Se fosse em outros tempos, algo teria que acontecer ou ela ficaria frustrada. Afinal, tem coisa melhor que ficar com quem se está a fim de ficar ? Mas não é assim tão simples. E a vida não é só isso, nem pode ser.

Começou a jogar um certo charme (de leve, pois o território era um campo minado) e como não sabia se era correspondida, seu dia ia do paraíso ao inferno em segundos, dependendo do grau de atenção que ele lhe dispensava - e que às vezes era nenhum.

Deu-se conta do ridículo da situação. Pensou no quanto se deu mal na última vez que “cismou” com alguém que não conhecia. Pensou mais: por que de repente queria tanto aquele homem ? E se não o conhece, a pergunta é outra: qual a projeção que está fazendo dessa vez ?
Quando emendamos um relacionamento no outro – e ela sempre fez isso - costuma ser mais ou menos assim: se num namoro não temos segurança, no próximo é isso que vamos buscar. Se nesse outro relacionamento temos segurança, mas não temos paixão, essa será a prioridade no próximo envolvimento; e por aí vai, se não dermos um tempo nessa busca. (é claro que não é sempre assim, essa é apenas um dos ciclos viciosos que podemos entrar sem perceber )

Mas enfim: como ela passou os últimos meses chorando e se descabelando por alguém que se passava por mártir do universo (longo drama mexicano), acabou se encantando por uma pessoa carismática, com vida própria, que está sempre de alto astral – precisamente o oposto do ex. Simples, não ? E nem precisa ser Freud.

Quando se deu conta disso, sua "urgência" por ele desapareceu. Afinal, ela também tem vida própria e anda muito feliz. Quando percebeu que a alegria e o alto astral que procurava nele também estavam em si, ele deixou de ser uma necessidade.

Foi uma libertação. E liberdade tem tudo a ver com o momento que vive agora. Não cabe uma paixão que cega - e sempre cega.

Ela vive um encontro - consigo e com os amigos que costuma abandonar quando está apaixonada.

Um encontro tão bom, um balanço tão saudável, um "Bom dia, sol" , um sorriso à vida.
E ele, o "eleito" ? Continua bonito, e às vezes ela pensa que poderia ser muito bom se rolasse . Mas isso depois, quem sabe um dia ?
Porque esse momento aqui, esse ela não troca por nada.

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