domingo, 5 de dezembro de 2010

DOMINGO (QUASE) PERFEITO


Ela acordou triste, de ressaca (emocional), depois de fazer um drama daqueles. No dia anterior tinha dado tudo errado e acabado o que mal tinha começado. (a rima não foi de própósito, mas deixa)
E aí ? Domingo (lindo) de sol, ia ficar em casa, chorando de saudades da filha, fuçando a vida dele na internet ?
Bom, era isso ou ...rua. Então, rua. Se agora por questões de horário, capoeira só de domingo, que seja, vamos lá, tudo de novo: enfrentar a timidez, olhares curiosos, o medo de errar.
"Pode assistir a aula" ?
"Não pode".
"Não" ?
"Assistir não, pode fazer". - e ele riu.
Pânico. (Me deu vontade de chorar, acredita? Nem eu.)
Mas começou devagar:
"Vem cá"
"Bate palma na roda"
"Faz esse exercício"
"Faz com ela"
"Faz com ele"
"Faz comigo"
"Isso, assim está bom"
E roda, e festa, e convite pra churrasco.
Nem doeu. Ela gostou do mestre ? Gostou. Da galera ? Também. Curtiu o lugar ? Curtiu. Conseguiu fazer a aula ? Conseguiu. O mais importante: Saiu feliz ? Saiu.
Parou na banca, comprou uma cerveja e meia dúzia de revistas. Há quanto tempo não tinha um domingo inteiro para si, sem compromisso nenhum ? Agora podia chegar da rua suando em bicas e se jogar direto na piscina (foi o que fez) ,sem se preocupar com almoço, filtro solar, bóia, chapéu, brinquedo e principalmente: sem brincar de Princesas do Mar ! (Que a filha não a ouça, mas ela não curte nem Ester, nem Polvina, nem Tubarina. Quem já assistiu esse desenho sabe do que ela está falando.)
Mas enfim: depois de torrar no sol e bater papo com os vizinhos, ela chega em casa, come qualquer coisa e pensa que ter um domingo inteiro para chamar de seu DE VEZ EM QUANDO pode ser bem bom. (ainda mais sabendo que daqui a pouco estão todos de volta)
É claro que se depois de tudo isso ela pudesse mostrar pra ele a marquinha de biquíni seria perfeito, mas fazer o quê ? Sente falta de estar com ele e de pensar nele, porque só pensar já era quase tão bom quanto estar, acredita ? Mas não dá, imagine: Braços, sorriso, tatuagem... Braços, sorriso, tatuagem, sussurros, gemidos, boca, molhado...Eu quero, não dá. Pensar nesse caso é masoquismo, então a gente evita. Mas que era bom, ah isso era.

2 comentários:

  1. OI Carlinha, voltei ao mundo e tenho lido seus textos quase que diariamente. Incrível!
    Pena que nao estarei no seu niver, mas sinto muita saudade!
    Muita mesmo!
    Beijo lindona

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  2. Nossa, Tá, fico feliz de escrever, mas quando você(s) comenta(m)um texto, fico muuuito mais feliz ! Torça por mim, amiga. Que eu continuo aqui, escrevendo e aprendendo. Bjs !

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