segunda-feira, 18 de abril de 2011

ESCREVER PRA QUEM?



Dia desses meu irmão me mandou um texto muito interessante do André Forastieri, que resolvi reproduzir aqui.

Taí uma pergunta que eu sempre me faço: escrevo pra quem?

Geralmente eu escrevo para um homem que desperta o meu interesse.  Não importa se a relação acontece.
Na verdade escrevo mais quando a coisa está na fase "platônica".

Torço para que o "eleito da vez" leia o blog. Se ele for esperto vai se reconhecer. Muito esperto, aliás, porque a coisa é sutil. Certeza ele não vai ter nunca, a não ser que me pergunte "você estava falando de mim?". Aí eu assumo.

Escrevo também para quem interage no meu blog, pra quem fala do que escrevo. Nada me deixa mais feliz que um feedback.

Agora, voltando aos homens, devo confessar...quando o interesse é grande, e não só sexual...é difícil achar o tom!

E agora, José, e agora?

Por enquanto...André Forastieri pra vocês!

...


Para quem você escreve? (ou: oito dicas preciosas para você escrever um conto, por Kurt Vonnegut)


Já traduzi e publiquei neste blog as regras do meu ídolo Elmore Leonard para escrever um bom romance (clique aqui para ler). Escrevendo esses dias sobre Kurt Vonnegut - e várias outras coisas, tudo costurado com agulha enferrujada e rombuda, como de costume - lembrei dessa listinha de conselhos dele para quem quiser escrever um conto.
Ele não era assim nenhum mestre dos contos - sua imaginação exigia tela maior - mas não fazia feio. Com meu esforço de adaptação das duas listas à última flor do Lácio, considero encerrada minha contribuição à literatura nacional.



Da antologia de Kurt Vonnegut, Bagombo Snuff Box:

1. Use o tempo de um total desconhecido de maneira que ele ou ela não vai achar que foi desperdiçado.

2. Dê ao leitor ao menos um personagem pelo qual ele possa torcer.

3. Todo personagem deve desejar alguma coisa, nem que seja apenas um copo d'água.

4. Toda sentença deve fazer uma de duas coisas - revelar personalidade ou avançar a ação.

5. Comece tão próximo do final quanto possível.

6. Seja sádico. Não importa o quanto seus protagonistas sejam doces e inocentes, faça coisas horríveis acontecer com eles - é a maneira do leitor perceber do que eles são feitos.

7. Escreva para agradar somente uma pessoa. Se você abrir a janela e fazer amor com o mundo, sua história vai pegar pneumonia.

8. Dê aos seus leitores tanta informação quanto possível assim que possível. Dane-se o suspense. Os leitores devem ter tamanha compreensão do que está acontecendo, onde e por que, que seriam capazes de terminar a história caso as últimas páginas do livro sejam devoradas por baratas.

E se você ficou curioso/a para saber para quem Vonnegut escrevia: era para a irmã dele. Mais detalhes em um de seus muitos livros, não lembro qual - leia todos.

E eu, para quem escrevo? Bem, sei quem gostaria de impressionar, mas costumo dizer que copio Grant Morrison: escrevo para um cara de 14 anos muito inteligente.



Mas não é isso que Kurt quis dizer. Ele aconselha você a escrever para uma pessoa real, de carne e osso. Mesmo que ela já tenha morrido.



Para quem você escreve?

http://noticias.r7.com/blogs/andre-forastieri/2011/04/06/para-quem-voce-escreve-ou-oito-dicas-preciosas-para-voce-escrever-um-conto-por-kurt-vonnegut/

1 comentário:

  1. Estou com muita saudade de você, Dra... (snif!...)
    Morro, a cada dia, sem você.

    SAS

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